segunda-feira, 16 de maio de 2011

Desistir? Desconheço essa palavra. "A glória da segunda casa será melhor do que a primeira!" Já escutou isto?

Vida e Morte: Reflexo nos olhos!


E o que seria a morte, senão a própria vida? Se a morte e a vida são fatos naturais, por que o receio de mencionar a palavra tão temida de todos os tempos: Morte?
Tenho convivido com a morte bem de perto, talvez mais perto do que imaginam. Vejo corpos mortos quase todos os dias, nos mais diversos estados. E também vejo pessoas mortas, também nas mais diferentes situações. Há uma sutil diferença entre corpos mortos e pessoas mortas. E confesso que ver corpos mortos não me dói tanto. Não tanto depois que reconheci pessoas mortas. Lembro de quando entrava em meu setor de trabalho e perguntava: “Bom dia! Tem morto hoje? Tem sim! Quantos? Dois! Meu Deus do céu!!” L  Hoje mudou o cenário: “Bom diaaa! Tem quantos mortos hoje? Cinco! Deixe eu ver o livro de entrada...” E aí começa-se o trabalho J! Tudo muito profissional, automático! A primeira vez que vi uma necropsia, só não suportei o odor (até adquirir uma certa adaptação) – descobri que o mau cheiro de animais mortos é equiparado a perfume francês diante de um corpo sem vida aberto ou em estado de putrefação. Mas ao fitar aquele corpo em minha frente tive a consciência de que ali não era mais uma pessoa. Era só a casa dela que foi destruída. Mas onde está a pessoa, até há poucos instantes ela tava ali, rindo, fazendo planos, ela tinha agenda, coisas marcadas para fazer – e como diz minha amiga Gabriela: Temos agenda – Quanta pretensão a nossa hein! E agora aquele corpo estava ali, deitado com os olhos cerrados. Ou mal cerrados. Pior e bem pior do que ver olhos assim, é contemplar um olhar humano aberto, mas sem nenhum brilho, totalmente vazio de gozo. Chegou a vez de relatar sobre pessoas mortas. O Instituto de Medicina Legal tem por finalidade a elaboração de perícias médico-legais (necropsia: para o “de cujus” – exame de corpo de delito: para os vivos). E por ironia defino de pessoas mortas boa parte dos que comparecem para exame de vivos. A alma reflete-se pelos olhos. E quase nitidamente percebia almas mortas. Mulheres agredidas por seus esposos. Homens que juraram amor por toda a vida e nem companheiro conseguiram ser. Muitas delas ofendidas na frente de filhos, espancadas e humilhadas. Sem falar nas crianças. Ahhh cheguei no meu ponto fraco! Atendi inúmeras crianças violentadas sexualmente. Meu Senhor, quantos sonhos perdidos, quanta indignação! Lembro-me como agora: Uma menina linda, moreninha, de cabelos longos e cinco anos apenas. Ela ficou em minha memória! Era noite e eu estava de plantão. Ela, criada com avó que a acompanhou, mas nem ao menos sabia dizer o nome completo da neta. Tive que fazer todas as perguntas necessárias a criança. E a cada resposta me dava um nó na garganta. A menininha sentou-se ao meu lado, com lágrimas secando pelo rostinho meigo e cheio de escoriações, esperando o seu exame. Foi horrível! Nunca vi algo tão monstruoso. E pela primeira vez em meu trabalho fiquei bem mal, muito sentida e dei até febre da tristeza que fiquei do que acompanhei. Um monstro que acendeu em mim o sentimento de vingança. De ódio daquele "desprezível animal". Esse ódio que até me fez adoecer por uns dias é que se define por morte. Essas pessoas com sonhos soltos pelo ar, perdidos é que se define por morte. Almas cansadas. Feridas e muitas das vezes, sem esperança de ressurreição. Hoje mesmo, pude ver mais uma alma morta. Uma mulher que matou o estuprador de sua filha. Não sei detalhes se a filha dela foi morta ou se somente violentada. Um ou outro caso deixou-lhe marcas. Marcas de ódio, vingança, raiva – isso defino por morte. E agora? Vai descer ao presídio. Marcas mais profundas ainda serão provocadas por outras mais remotas...
Já o corpo morto, acabou-se a casa! Mas somos almas viventes. A algum lugar iremos. Ou no mínimo esperaremos a hora de irmos para algum lugar. Lugar esse que já escolhemos antes de partir. Porque aqui só estamos emprestados. Digamos que passando uma primavera... Não queremos passar uma tempestade, rs. Mas se ela vier colocamos ‘Alguém’ bem especial junto conosco e ela breve passará. A verdade é que num sutil piscar de olhos a linha tênue se romperá e aí seremos devolvidos ao Criador, nosso Dono! Pode chorar à vontade, mas a realidade é essa, o livre arbítrio é nosso, nos foi dado! Porém, o total domínio não. E para quem não acredita, respeito. Contudo, lamento! A naturalidade das coisas não vai mudar só porque você tem agenda! E como já dizia Pitágoras: “A vida é como uma sala de espetáculos; entra-se, vê-se e sai-se”

Quando fecho os meus olhos...


Quando fecho os meus olhos, posso enxergar melhor. É quando fecho os meus olhos que os meus ouvidos atentam para aquela suave voz que me diz, você PODE! “Eu posso!” Nessa fria madrugada fico a procurar algo que alimente minhas esperanças, meios anseios com data marcada! Hum! Data marcada é a pior coisa para quem espera numa fila. Resolvi dormir... tomei uma ducha para relaxar, antes. Mas quando fui para cama procurei ao menos um copo de algo que pudesse saciar a sede de minh’alma. Abri a janela do meu quarto e olhei para o céu. E encontrei não só o copo, como também um belo prato. “A fila andou!”Abri minha Bíblia e lá estava: “E Salomão, filho de Davi, se esforçou no seu reino; e o SENHOR, seu Deus, era com ele e o engrandeceu grandemente”. Assim como Deus era com Salomão, é também comigo! Porém, Salomão se esforçou no seu reino. Aprendi que para saciar a fome e sede de minhas expectativas é preciso esforço. É preciso acreditar que tudo vai dar certo! E a fila vai andar... Quando fecho os meus olhos eu vejo a fila andando, e sei que quando eu abri-los estarei no topo da fila, e aí eu ouvirei novamente aquela voz suave, doce e firme: “Você pode!” E eu responderei à voz dizendo assim: “Tudo posso no SENHOR que me fortalece... sempre!!”

Rir muito... quando não se pode! :)


Pois eh! Não é só no meu trabalho que provocam meu riso não! Agora é a vez do meu estágio! Visualizem o mico: Em pleno estágio, no meio de uma audiência de interdição. Estando eu a estudar alguns processos, parei por alguns instantes para analisar como seria esse tipo de audiência. Mal esta começou, iniciou-se a batalha [vontade de rir quando não se deve]. Como é difícil lutar contra nós mesmos, viu! Tudo começou quando olhei para o interditado e ele se voltou para mim fazendo um bico enoormeeee com os lábios e jogou um beijo emitindo aquele barulho irritante. Nesse momento todos – com exceção do juiz e do estagiário que estavam ocupados – advogados, testemunhas, estudantes de Direito que acompanhavam olharam para mim. E aí, sabe aquela vontade de rir que vem lá do fundo, parece que vem do seu estômago e você tenta controlar, sorrindo apenas com os olhos, sabe como é que é? Então... Mas não parou por aí. O interditado foi chamado para responder algumas perguntas mais perto do juiz. E ele passou por perto de mim, me fitou e disse: “Opa!”. E o riso? Tava lá, doido para “explodirrrkkkkkrrrr”! Mas eu me controlei! E começou a seção de perguntas. Cada resposta que ele dava, era uma mais engraçada que a outra. Mas todos permaneceram sérios, inclusive eu, rs! Mas para fechar com chave de ouro, a última pergunta feita foi fatal. Ahhhhh
segurei o quanto pude, também não sou de ferro! Perguntaram ao interditado assim: “Você sabe por que está aqui? Claro, sei sim!! Então diga para mim, o que você está fazendo aqui? Oxeee, aqui é o meu aniversário!!" Tadinho! Mas nessa hora ninguém agüentou! [risos].
Pior do que esta situação só houve uma vez. Advinham onde? Num velório. É mole? Vi uma coisa que não posso relatar nesse instante. Mas garanto que era muito engraçada. Mas dessa vez, eu me venci e segurei firme. Acontece, coisas da vida!

E que tal inaugurar essa "casa" com um belo sorriso?


Bem pessoal, aqui não teremos apenas crônicas a respeito do inimaginável mundo de meu trabalho. Falaremos de tudo um pouco! Contudo, gostaria de iniciar falando de sonhos. E o que parece ser apenas tristeza e morte, na verdade apresenta mais vida do que qualquer outra coisa. Filosofarei sobre mulheres sofredoras, mas também mulheres sonhadoras. Crianças maltratadas, como também crianças desejadas. Relacionamentos [esses são bem cômicos]. E por que IML, Deus? Eu nem desejei, rsrs! Tá certo! Já pedi perdão ao meu Senhor! É lá que aprendi muita coisa, que realizei muitos sonhos, que dei muitos passos ‘quando antes eu nem conseguia mais andar’, que amadureci profissionalmente, pessoalmente e que principalmente aprendi, digo, aprendo sobre o “oculto mundo real”. Digo oculto pois descubro, cotidianamente, quantas falácias nos envolve de maneira tão atraente , que esquecemos do “real”: vamos morrer... um dia! Os sofismas estão em evidência. Porém, as pessoas têm medo do oculto. Esse medo é cômico, rs!
E é com um belo sorriso no rosto que encaro tudo isso. Rindo, sonhando, lendo as pessoas (esta é a parte mais difícil). E de vez em quando chorando escondido (é, às vezes, meu coração apronta comigo quando me pega desprevenida). Mas o sorriso no rosto é constante! É desse jeito que devemos sonhar nossos sonhos, porque assim fica mais fácil concretizá-los. Aqui está apenas uma breve preliminar de postagens que serão publicadas no blog, com o intuito de trocarmos experiências sobre vida humana, sentimentos, sonhos e ideologias. Um abraço bem forte e me sigam!